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Concorrência Perfeita ou Monopólio – Modelos opostos ou iguais?

  • Emanuel Vargas
  • 3 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

Tentando acompanhar o artigo no aluno Igor Paim, tratarei nesse artigo da visão neo-schumpeteriana na dinâmica da economia.

Quando um economista começa a estudar as relações econômicas e a maximização do lucro existentes nos mercados, os primeiros modelos apresentados são o monopólio e a concorrência perfeita. O primeiro determina em suas hipóteses que o mercado é “alimentado” apenas por uma empresa a qual determina o preço ofertado. Já no segundo o mercado é formado por um grande número de empresas que são tomadoras de preços e decidem a formação de preço segundo a demanda, porém tendendo ao custo marginal. São modelos tradicionais clássicos que são ensinados e dados segundo uma metodologia com base no mainstream. No pensamento neoclássico o equilíbrio existe quando a oferta e demanda se encontram, formando assim o preço. Porem as hipóteses e aplicações desses modelos neoclássicos podem ser contestadas com uma visão schumpeteriana e neo-schumpeteriana.

Segundo Marcio L. Possas, a visão de concorrência schumpeteriana, por ser observada ao longo do tempo, se insere em uma visão dinâmica e evolucionária da economia, baseia-se em um processo contínuo de inovações, sejam elas do produto, processo, fonte de insumos, organização ou nos mercados. A inovação surge da procura pela elevação do lucro. Assim a concorrência segundo Schumpeter trata-se da busca de diferenciação, a partir de estratégias que buscam vantagens para proporcionar um lucro de monopólio. Com isso a concorrência não é o contrário de monopólio, pois a busca de vantagens por meio de inovação recoloca a empresa em uma posição de monopólio, ainda que em curto prazo.

Ainda segundo Marcio L. Possas, nas últimas décadas essa visão schumpeteriana vem sendo retomada pelos neo-schumpeterianos e possui a mesma perspectiva que schumpeter - dinâmica e evolucionária da concorrência e da inovação. Essa corrente propõe romper com os pressupostos neoclássicos, de equilíbrio e da racionalidade maximizadora. As noções básicas são a busca de inovações e a seleção das inovações pelo mercado. Além disso, a análise dessa dinâmica baseia-se na interação temporal das estratégias entre as empresas, incluindo também as decisões que dizem respeito ao processo produtivo e sua organização.

Com o entendimento acima podemos perceber que as estruturas de mercados se tornam muito mais dinamizadas e evolutivas, com uma busca constante por estratégias e inovações para maximizar o lucro, fazendo com que as empresas estejam em uma situação de monopólio, mesmo que momentaneamente, desde que a inovação gere os resultados esperados.

Essa dinâmica de inovação, seja no processo produtivo ou ainda nos produtos ofertados, pode ser percebido no mercado de fast-food. Tomando as empresas McDonald’s e Bob’s como exemplo, podemos aplicar os conceitos acima e analisar a dinâmica por traz das estratégias praticadas. Vamos supor que o McDonald`s tenha realizado diversas pesquisas no laboratório e desenvolveu um novo sanduíche, então, por meio de divulgação com uso de técnicas de publicidade e propagandas, a procura do produto novo tenha realocado a preferência dos consumidores desse mercado para a inovação do McDonald`s. Como resultado dessa estratégia a empresa terá lucros extraordinário no curto prazo e seu market-share será garantido ou potencializado tornando-a momentaneamente em situação de monopólio e não mais em concorrência com o Bob’s. Em reação a essa estratégia o Bob's poderá desenvolver um produto parecido para tornar o produto do McDonald`s substituível e, assim, manter sua margem de lucro. Ou poderá decidir tomar estratégia de inovação e criar um novo produto, então, nessa situação, se a inovação for aceita pelo mercado, a mesma dinâmica acontecerá em um segundo momento, resultando em lucros extraordinário para o Bob's.

Fonte:

Possas, Mario L. – Cap. 17, Concorrência schumpeteriana – Coletânea de artigos – Economia industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil / David Kupfer & Lia Hasenclever. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

 
 
 

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