Eficiência Marginal do Capital, Expectativas e Planejamento Estratégico
- Emanuel Vargas
- 21 de ago. de 2017
- 3 min de leitura

Após o ano de 2014 a trajetória do crescimento e desenvolvimento do país tem sido extremamente conturbada tanto por aspectos conjunturais econômicos quanto aspectos políticos. Com queda de -0,7% do PIB em 2015 logo no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, e antes mesmo dessa recessão, a economia brasileira teve queda da Formação Bruta de Capital Fixo (Investimento) de -1,5 no terceiro trimestre de 2014, dados segundo Constas Nacionais Trimestrais - IBGE. Essa queda de investimento que pode ser justificada pela redução na expectativa do mercado em relação a demanda futura determinando uma possível queda da eficiência marginal do capital (EMC) , conceito desenvolvido pelo pensamento clássico e retomado por Keynes.
Na obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, construída por Keynes, ele desenvolve o conceito da EMC, que nada mais é que a existência de uma relação entre a expectativa de ganhos futuro de um novo investimento em bem de capital com o custo de reposição do produto produzido, em outras palavras significa o quanto espera-se que o capital seja eficiente com o novo investimento para um determinado custo de produzir unidades a mais de um bem.
Considera-se ainda que o investimento seja função da taxa de juros, quando a taxa for menor o investimento será maior e quando a taxa for maior o investimento será menor, essa relação existe pois definimos a taxa de juros como o custo médio do capital a ser usado com um investimento, assim se for maior que o retorno o investimento será ineficiente.
Além disso, há outro fator desenvolvido por Keynes que diz respeito a expectativa da demanda futura, que não necessariamente possui relação com a demanda efetiva, mas que influência o investimento (Formação bruta de capital fixo). Então, se o empresariado decide investir esperando que haverá uma demanda futura de acordo com o custo de reposição e com o custo do capital, e que ainda sim lhe gere lucro, a EMC será elevada se a demanda efetiva for igual a demanda esperada.
Abaixo é possível observar o comportamento da Expectativa, do Investimento e da Taxa de juros:

Elaboração Própria
Como é possível observar a variação da taxa de juro possui grande influência sobre a formação bruta de capital fixo (investimento), uma elevação dos juros reduz significativamente o investimento. Outro aspecto observado é a queda da expectativa influenciando o investimento. Então, como o empresariado deve agir com relação as variações da taxa de juros? É necessário antes de mais nada definirmos como o empresariado determina suas estratégias do futuro dos negócios empresariais.
O Planejamento Estratégico estrutura o que empresa buscará no futuro dos negócios, definindo objetivos e metas de acordo com as condições internas e externas. Chiavenato (2003) define que o Planejamento Estratégico possui cinco etapas para a formação exata e claras dos objetivos e metas a serem percorridos, são elas: (1)Formulação de Objetivos e Metas, (2)Análise Interna da Empresa (Pontos Fracos e Pontos Fortes), (3)Análise Externa do Ambiente (Condições Externas), (4)Formulação de Estratégias Alternativas e (5)Desenvolvimento de planos táticos e operacionais. Com isso é possível estruturar o que a empresas pretende realizar com base nas condições internas e externas.
Então, como o empresariado deve agir com relação as variações da taxa de juros?
Sabendo que as variações da taxa de juros influenciam o investimento, sendo um parâmetro para definir o custo do capital, é necessário que na formulação de estratégias sejam consideradas as expectativas da empresa com relação a demanda futura do mercado, e o quanto se espera de retorno com a produção de unidades a mais com os objetivos e metas traçados.
Assim, o empresariado irá definir seus objetivos e metas observando variáveis importante para a eficiência do capital com a variação dos juros, demanda efetiva e a demanda esperada, inclusive levando em consideração o quanto espera de retorno com o capital usado para o planejado, reduzindo possíveis perdas por falhas no planejamento.
Fontes Bibliográficas:
-Keynes, John Maynard. (1935). A Teoria Geral do Emprego do Juros e da Moeda. São Paulo, Abril Cultural 1983
-Chiavenato, Idalberto - Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações - 7. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2003
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